sábado, 6 de fevereiro de 2010

A Espada e a Vinha - Evaristo Eduardo de Miranda

"No evangelho de Mateus, Jesus afirma: “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a Espada. De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares” (Mt 10, 34-36). Essa mesma espada era agitada na saída do paraíso terrestre, guardada pelos querubins (Gn 3,24).

Essa mesma espada foi convocada pelo rei Salomão para dividir em dois um bebê, reivindicado como filho por duas prostitutas (I Re 3,16-28).

Jesus não levanta familiares uns contra os outros, como em certas versões da Bíblia. As traduções recentes resgataram o sentido de dividir como “fazer dois”, “separar em dois” os que poderiam se tornar um, se a espada redentora não chegasse a tempo. No sacrifício de Isaac, ao levantar sua espada - punhal, Abraão se separa de um filho que não lhe pertencia. Abraão sacrifica o vínculo possessivo e estéril com seu filho único (Gn 22). A separação torna os filhos sujeitos de seu lugar e de sua história. Os filhos sujeitos e não sujeitados, reconhecem seu lugar e o ocupam na linhagem familiar, como jovem Jesus no templo (Lc 2, 48-52). Reconhecem o lugar do pai e da mãe, de forma diferenciada." Para ler mais:


EVARISTO EDUARDO DE MIRANDA, doutor em ecologia, autor do livro “Maravilhas a Caminho” pelas Ed. Loyola e diretor do Instituto Ciência e Fé. Dirige a EMBRAPA Monitoramento Ambiental por Satélite, Campinas-SP.


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